Ao longo de um ano, o mundo desperdiça cerca de um terço dos alimentos que produz, segundo as Nações Unidas. A perda de legumes, verduras e frutas ocorre em todas as etapas da cadeia de valor, mas é mais pronunciada no início (produção) e no final (consumo).
No lado do consumo, é comum que alimentos com pequenos “defeitos”, como formatos incomuns e que fogem ao padrão estético comercial sejam rejeitados pelos mercados, embora mantenham íntegras todas as suas qualidades nutricionais.
Para mudar isso, a rede de supermercado carioca Superprix lançou a campanha “As Aparências enganam”, que dá desconto de 30% para quem levar os vegetais “não tão bonitos” para casa. E mais: 10% da renda das vendas é revertida para uma instituição beneficente – a Agência do Bem – voltada à educação em comunidades de baixa renda.
Os produtos que seriam descartados por conta de uma aparência diferente são separados por um fornecedor e enviados ao supermercado, onde são dispostos numa gôndola especial. A campanha é permanente e acontece em todas as 15 unidades da rede no Rio de Janeiro e Niterói.
Segundo a gerente de marketing da rede SuperPrix, Cynthia Vale, os clientes ainda se preocupam demais com a aparência, mas aos poucos é possível atenuar essa resistência.
“Realizamos frequentemente workshops gratuitos para os clientes sobre o tema sustentabilidade, mostrando a importância do não-desperdício de alimentos e incluímos receitas feitas a partir desses legumes diferentes, mas igualmente nutritivos, elaboradas pela nossa nutricionista”, diz.
A investida da rede carioca segue uma tendência mundial por mais sustentabilidade à mesa. Vários redes de supermercados têm adotado políticas de desconto para estimular o consumo de legumes e frutas considerados “feios”, como as gigantes Sainsbury e Tesco, no Reino Unido. Outra saída adotada é o processamento desses alimentos em produtos como sucos e vegetais pré-cortados que facilitam o consumo.
Fonte: Exame