Image captionAs Ilhas Danger formam um arquipélago compacto na ponta de uma península | Foto: M.Polito/LSU

Cientistas descobriram um enorme grupo de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) no ponto mais ao norte da península da Antártida.

As mais de 1,5 milhão de aves foram notadas pela primeira vez quando grandes manchas causadas por seus excrementos apareceram em imagens feitas a partir do espaço. Os animais estão concentrados em um arquipélago rochoso, as Ilhas Danger.

Os pesquisadores, que publicaram sua descoberta no periódico especializado Scientific Reports, dizem que isso os pegou totalmente de surpresa.

“É um caso clássico em que se acha algo onde ninguém estava olhando. As Ilhas Danger são de difícil acesso, então as pessoas não tentavam muito chegar lá”, disse Tom Hart, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, à BBC News.

Algoritmo

Colônia de pinguinas na ilha Heroina

Image captionImagens feitas por drones foram uma forma eficiente de contar os animais | Foto: T.S.McChord/H.Singh/NU/WHOI

Os cientistas usaram um algoritmo para buscar em imagens de satélite possíveis locais em que haveria atividade de pinguins.

As imagens foram coletadas pelo programa Landsat, uma iniciativa da agência espacial americana, a Nasa, e da agência de pesquisa geológica dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), lançada no início dos 1970 e em curso até hoje.

O Landsat não gera imagens de alta resolução. Por isso, quando o sistema criado pelos pesquisadores identificou possíveis colônias, foi necessário confirmar se elas de fato existiam com imagens mais detalhadas.

“O tamanho do que encontramos nos deixou sem fôlego”, disse Heather Lynch, da Universidade Stony Brook, dos Estados Unidos.

“Pensamos: ‘Uau! Se o que estamos vendo é verdade, essas são as maiores colônias de pinguins-de-adélia do mundo, e valerá a pena mandar uma expedição para contá-los adequadamente.”

Drones

Thomas Sayre-McCord e Philip McDowall

Image captionOs drones foram usados para identificar os ninhos de pinguins | Foto: C.Youngflesh/SBU

Mas, como diz o nome do arquipélago – danger significa “perigo” em inglês –, estas são ilhas remotas. Mesmo no verão, o oceano que as cerca é repleto de gelo espesso, algo que os navios buscam evitar.

No entanto, em dezembro de 2015, uma equipe científica conseguiu chegar a elas e começar a contagem. Uma das formas mais eficientes de fazer isso foi usar drones para sobrevoar as aves e os locais onde formam seus ninhos para criar um enorme mosaico de imagens.

“Os drones permitem que você esquadrinhe toda uma ilha, fazendo uma foto por segundo. Depois, você pode juntar tudo para ver o território completo em duas e três dimensões”, explicou Hanumant Singh, da Univesidade Northeastern, dos Estados Unidos.

Ilhas Danger

Image captionEssas são águas perigosas – daí vem o nome das ilhas | Foto: T.Hart/Oxford

Uma vez mais, programas de computador foram usados, desta vez para contar os pinguins. A pesquisa revelou que, nas Ilhas Danger, haviam 751.527 pares de pinguins-de-adélia, que habitam a terceira e quarta maiores colônias do mundo desta espécie.

O resultado desse trabalho é de grande importância, porque o recente declínio nas populações desses animais registrado em outros locais da península, especialmente no seu lado oeste, não parece ter ocorrido no arquipélago.

Mudanças climáticas

Os cientistas suspeitam que o declínio esteja ligado à redução do gelo no mar, que é um importante habitat para o krill, um pequeno crustáceo que é crucial na dieta dos pinguins.

“No oeste da península da Antártida, as populações de pinguins-de-adélia e de pinguins-de-barbicha (Pygoscelis antarcticus) estão encolhendo rapidamente, enquanto a de pinguins-gentoo (Pygoscelis papua) está aumentando”, disse Hart.

“É difícil saber as causas. Claramente, as mudanças climáticas e redução do gelo e do krill têm um papel nisso, mas, por haver menos gelo no mar, navios, especialmente os pesqueiros, conseguem chegar até ali, o que pode agravar o problema.”

Pinguins saltam de iceberg nas Ilhas Danger

Image captionO gelo é importante para esses animais, porque foram um habitat que atrai seu alimento, o krill | Foto: R.Herman/LSU/SBU

O cientista explica que, no passado, foi feita uma comparação entre a península da Antártida com locais como a Ilha Elefante (mais ao norte). “Finalmente conseguir chegar nas Ilhas Danger e contar os pinguins nos mostrou que as populações mais robustas ficam onde o gelo está intacto”, explicou Hart.

Lynch acrescentou ser importante destacar que essas ilhas estão em meio a uma série de áreas de proteção marinha que estão sendo propostas. “Não sabemos se elas vão fazer parte disso ou não, mas ao menos agora as pessoas saberão o quão importante é essa área”, disse a pesquisadora.

Peter Fretwell, da equipe britânica de pesquisa na Antártida, conhece a equipe que realizou esse estudo, mas não fez parte da iniciativa. Ele também recorre a imagens de satélite para contar animais reunidos em grupos.

“Apesar de termos tecnologias avançadas, ainda há cantos remotos do mundo os quais conhecemos muito pouco – normalmente, porque é extremamente difícil chegar até eles”, disse Fretwell.

“Satélites modernos são ferramentas fantásticas para explorar e estudar esses locais de difícil acesso. Tenho certeza que muitas outras descobertas serão feitas usando esses nossos ‘olhos no céu’.”

Fonte: BBC

 

 

Seu evento pode gerar impacto positivo 
e obter redução de custo com a gestão de resíduos.

Saiba como, aplicando os princípios do movimento Sou Resíduo Zero

 

05/03/2018

Imagens do espaço revelam supercolônia desconhecida com 1,5 milhão de pinguins na Antártida

Image captionAs Ilhas Danger formam um arquipélago compacto na ponta de uma península | Foto: M.Polito/LSU Cientistas descobriram um enorme grupo de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) no ponto mais ao norte da península da Antártida. As mais de 1,5 milhão de aves foram notadas pela primeira vez quando grandes manchas causadas por seus excrementos apareceram em imagens feitas a partir do […]
05/03/2018

Alunos plantam e colhem abóbora gigante de 50 kg e 1 metro em escola no DF

O que falar de uma abóbora gigante que foi plantada em novembro do ano passado e que foi colhida na semana passada pesando nada mais, nada menos, do que 50 kg e medindo um metro de comprimento? Na certa você vai dizer: “Devem ter usado alguma espécie de química para ela crescer tanto assim”, mas não! Uma abóbora comum costuma pesar entre 3 […]
05/03/2018

O brasileiro que criou sozinho uma ecobarreira para despoluir rio que passa ao lado da sua casa

Garrafas PET, latinhas, bolas de futebol, embalagens de produtos de limpeza, bonecas e até um capacete e um fogão… Resíduos que ainda estariam boiando e poluindo as águas do rio Atuba, na cidade de Colombo, no Paraná, se não fosse a boa vontade de um único cidadão local, que trabalha vendendo frutas nos semáforos do município. Diego Saldanha nasceu na região, nadou e pescou […]
05/03/2018

No torneio de tênis Brasil Open 2018, os gandulas são cães (que esperam por adoção)

Os cãodulas estão de volta! Depois do sucesso nas edições de 2017 e 2016, o torneio de tênis Brasil Open marca mais um ace que é, de longe, o ponto mais bonito da competição. O evento contou com a presença especial de seis cãezinhos – Bobby, Duda, Gabriel, Mel, Kika e Thor – para fazer o que mais gostam: pegar bolinhas (só que nas quadras do torneio). Isso porque os […]