No Dia da Terra, celebrado neste domingo, um alerta demonstra preocupação com o futuro: até 2050, o planeta pode perder 40% da biodiversidade. A constatação é destaque do Primeiro Diagnóstico sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, elaborado por uma plataforma das Organizações das Nações Unidas (ONU), que reúne pesquisadores de 129 países.
O relatório, que será fundamental para implementação de políticas nacionais, aponta que, cerca de 3,5 mil espécies, de um total de 14 mil, do ecossistema, estão classificadas como alto risco de extinção nas Américas, sendo quase um quarto na América do Sul. “A perda de populações ou espécies pode reduzir as contribuições importantes da natureza para a água, energia e segurança alimentar, meios de subsistência e economias”, destacou o estudo.
Segundo o biólogo Carlos Alfredo Joly, professor da Unicamp, membro da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), que desenvolveu os relatórios, a perda da biodiversidade também significa redução de serviços ecossistêmicos, que afetam diretamente na qualidade de vida das pessoas.
“Precisamos reverter este quadro, não só com mudanças políticas, mas também com mudanças de comportamento. Sendo assim, torna-se cada vez mais importante celebrar o Dia da Terra”, disse Joly, que vai promover hoje, das 15h às 18h, a palestra ‘Extinções brasileiras: o que há de novo’, no Museu do Amanhã. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site www.museudoamanha.org.br.
O levantamento detalha ainda as ameaças e reduções da biodiversidade nas Américas. De 2014 a 2015, aproximadamente 1,5 milhões de hectares das grandes planícies foram perdidos. A mudança climática induzida pelo homem, incluindo a produção e combustão de combustíveis fósseis, é destacada como um dos principais motivos de impacto negativo na natureza, como a degradação do habitat.
Mas há um fator, apontado no relatório, que traz um sopro de esperança: entre 1970 e 2010 houve um aumento de 17% nas ‘áreas-chaves para biodiversidade’, embora menos de 20% destas ainda estejam protegidas. Outro importante achado foi o reconhecimento das terras indígenas como um instrumento poderoso para proteger a natureza. De acordo com a pesquisa, os povos indígenas continuando criando uma diversidade de sistemas policultivos e agroflorestais, que possibilita o aumento da biodiversidade e o manejo das paisagens de forma sustentável.
Para conter o declínio da biodiversidade, projetos de restauração são opções de políticas públicas, de acordo com o Sumário para Tomadores de Decisão referente ao Diagnóstico Regional das Américas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, destacado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.
Embora a restauração ecológica possa acelerar a recuperação do ecossistema, os custos iniciais podem ser significativos, a reversão completa da degradação é incerta e aspectos não-materiais (como culturais e espirituais) talvez nunca sejam restituídos para alguns povos, como aponta o relatório.
“Políticas são importantes, mas outros fatores têm que ser levado em consideração, principalmente a nossa mudança hábitos no consumo de alimentos, água, vestimentas, madeira e energia. Precisamos consumir de forma mais responsável e sustentável”, destacou Cristiana Seixas, uma das co-coordenadoras do diagnóstico das Américas.
Fonte: O Dia
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