O estudo é feito comparando o peso de cada estrutura viva estimando com a massa total que representa a Terra. Assim, a pesquisa mostra que a maior quantidade de biomassa presente no planeta é representada pelas bactérias, com aproximadamente 15% de toda a biomassa. Isso é bastante se comparado com a soma dos reinos animal e fungi, que totalizam apenas 5%.
Entre os reinos, há domínio claro das plantas, com quase 80% de toda a biomassa terrestre. Entre os animais, destaque para os artrópodes, que constituem os insetos, crustáceos e aracnídeos. No total, eles representam cerca de 0,05% da biomassa.
Os dados são apresentados em gigatoneladas de carbono, ou seja, perto de um bilhão de toneladas. No total, estima-se que os humanos representam apenas 0,006 Gt de carbono. Em comparação, temos menos biomassa que vírus (0,2 Gt C) e fungos (12 Gt C). Embora seja curioso este tipo de comparação, ela pode ser injusta ao se comparar um reino, como o dos fungos, que engloba um total muito maior de espécies, com os humanos, que são apenas uma espécie dentro do reino animal.
Gráfico mostra relação de biomassa entre reinos (A) e no animal (B) (Gráfico: PNAS)
Atualmente, é um consenso entre os pesquisadores que a atividade humana mudou completamente o bioma terrestre, passando a domesticar alguns animais e, consequentemente, criando a extinção de outros. Este ambiente recente é o que os estudiosos chamam de Era do Antropoceno.
Com isso, o estudo comprovou que 70% das aves do mundo vivem em cativeiros e que 60% dos animais do mundo são de rebanhos bovinos ou suínos de fazendas. Em comparação, os humanos representam 36% de todos os animais e somente 4% dos animais têm vida selvagem.
“É definitivamente impressionante, nosso lugar desproporcional na Terra”, disse o Prof. Ron Milo, do Weizmann Institute of Science de Israel. “Quando faço um quebra-cabeça com minhas filhas, geralmente há um elefante ao lado de uma girafa ao lado de um rinoceronte. Mas se eu estivesse tentando dar a eles uma noção mais realista do mundo, seria uma vaca perto de uma vaca ao lado de uma vaca e depois de uma galinha”, disse o pesquisador ao The Guardian.
O estudo completo está disponível no site do Proceeding of the National Academy of Sciences of The United States of America.
Fonte: PNAS, The Guardian