Guilherme Weege – A primeira escolha foi fazer coisas para durar, não fazer coisas descartáveis. Uma média global mostra que, ao longo de um ano, usamos 30% do que está dentro do nosso guarda-roupa, ou seja, não usamos 70%, mas essas roupas consumiram produtos químicos, matéria-prima, trabalho. Será que precisamos ter tanta coisa?
Um outro número mostra que, em média [global], usamos sete vezes uma peça de vestuário antes de jogar fora ou doar para outra pessoa. Este número era mais do que o dobro há 15 ou 20 anos. Veio a “fast fashion”, que baixou muito a qualidade dos produtos, e as roupas tornaram-se mais descartáveis.
Se, por um lado escolhemos fazer coisas mais duradouras, por outro, continuamos sendo uma empresa de moda que precisa gerar desejo e aumentar a autoestima dos consumidores. Optamos por fazer testes em laboratório para que a roupa dure mais e não perca a cor, continuando do jeito que era quando a compramos.
Em segundo lugar, gastar menos insumos no processo produtivo. As nossas peças consomem 25% menos água do que qualquer produto do mercado nacional. Investimos no sistema de reúso de água e estamos investindo ainda mais para reduzir em 30%, 40%, 50% o consumo de água e insumos.
Criamos amaciante de cupuaçu, algodão orgânico. Usamos 65 milhões de garrafas pet em parceria com diversas associações e catadores e transformamos em peças. Fomos os primeiros a fazer isso em grande escala.
Para ter uma ideia, uma calça jeans utiliza 100 litros, em média, só no processo de lavanderia, para deixar aqueles rasgadinhos e aquele visual bacana. Fizemos um investimento inédito no primeiro complexo do mundo que produz jeans com redução de, no mínimo, 80% de água no processo fabril, podendo chegar a até 98%, o equivalente a um copo de 200 ml.
Um terceiro ponto é que queremos que o consumidor compre de forma mais consciente, insinuando que ele faça troca de roupas, doe. Fizemos parcerias com empresas de brechó online, aplicativos que acham as pessoas próximas de nossas casas e com quem podemos trocar peças de roupa. Realmente queremos catequizar o consumidor para ter uma cabeça mais sustentável.
Leia a matéria completa em: Entrevista Uol Líderes, Guilherme Weege da Malwee