Fonte: Hypeness
O Norte do país é onde há maior dificuldade de acesso à energia elétrica, mesmo que seja alvo de grandes e devastadoras obras de usinas hidrelétricas. Provando que é possível aliar tecnologia e preservação, a Amazônia será iluminada de um jeito inusitado. As comunidades ribeirinhas da região contarão com soluções ecológicas e economicamente sustentáveis para obter luz, através do uso de garrafas pet, além de energia solar para iluminar as casas.
A tecnologia que será empregada tem sua origem na ideia desenvolvida em 2002 pelo brasileiro Alfredo Moser, que usou garrafas plásticas com água e alvejante para solucionar o problema da falta de luz dentro de casa. Alocadas em pequenos buracos nos telhados, as garrafas recebem luz solar na parte superior e, por meio do efeito de refração, os raios se espalham e iluminam a parte interna do ambiente, equivalendo à claridade de uma lâmpada de 60 watts, em média.
A ideia inovadora do brasileiro ganhou escala nove anos depois de sua criação, nas Filipinas. As lâmpadas ajudaram a iluminar o dia a dia de milhares de pessoas, o que resultou na criação da ONG Liter of Light, em 2011, ganhando prêmio Nobel de energia sustentável e adeptos em outros 21 países. No Brasil, a Litro de Luz já ajudou a iluminar Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Na Amazônia, serão investidos US$ 100 mil dólares nas luzes, além de R$ 30 mil por meio de verba da BrazilFoundation.
A iluminação por meio de garrafa pet, água e alvejante tornou a vida dos moradores mais simples e seguras, além de reduzir o número de quedas e aumentar a socialização entre moradores. A comunidade também participa de capacitação para que consigam implantar novos modelos. Além da lâmpada diurna, há também o modelo de lâmpada noturna, que é feita com materiais acessíveis como canos de PVC e vem acoplada com uma pequena placa solar para iluminar principalmente os postes de luz.
A economia gerada pelas soluções empregadas supera o seu custo em apenas 3 meses e ainda possibilita a redução de cerca de 250 kg na emissão anual de CO2. “Nossa principal motivação é testemunhar a grande diferença que algo tão trivial como a luz pode impactar na vida das pessoas. Desde possibilitar que uma criança possa ler um livro em casa à noite, que uma mãe possa voltar do trabalho mais tarde, e que idosos possam andar nas ruas em segurança”, complementa Laís Higashi, presidente da instituição em São Paulo.
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