“Aqui é um caos. Às vezes eu acho que não vou ver esse metrô pronto nunca”, reclama André do Nascimento, 58, que mora na Brasilândia, zona norte de São Paulo, há 50 anos. O “metrô” a que ele se refere é a Linha 6-Laranja, que começou a ser construída em 2015, mas teve as obras paradas em setembro de 2016, por causa de problemas na PPP (Parceria Público-Privada) entre o governo paulista e o consórcio Move São Paulo.
Em outubro deste ano, o governador João Doria (PSDB) anunciou a retomada das obras. Mas, segundo pessoas que moram e trabalham perto da construção, não houve mudanças.
O grupo Acciona, responsável pela linha, informou que 250 profissionais já foram contratados para a retomada das obras e que a limpeza está sendo feita. O secretário de Transportes, Alexandre Baldy, disse ao UOL que o novo cronograma de entrega da linha será cumprido.
Com 15,3 km de extensão, o projeto da Linha 6-Laranja prevê 15 estações, da Brasilândia até o centro da capital. Hoje, esse percurso leva entre uma hora e meia e duas horas, de ônibus. Com o metrô, a expectativa é que a viagem dure 23 minutos. A estimativa é que 630 mil pessoas sejam beneficiadas —mas elas vão ter que esperar. Inicialmente, a inauguração estava prevista para 2020.
Entretanto, os canteiros de obras estão vazios e cercados por mato e lixo, além de casas desapropriadas abandonadas.
Dois canteiros eram protegidos por seguranças, mas operários não estavam trabalhando na continuidade da obra. No entorno, a reportagem da UOL ouviu moradores e trabalhadores que reclamam da demora na construção e do abandono.
O vendedor Daniel Aparecido de Lima, 37, que vive na Brasilândia, diz que já viu gente jogando lixo em um terreno onde acontecem as obras. Ele reclama da demora e diz que espera pela retomada da construção.
Matéria por Cleber Souza do UOL em São Paulo no dia 09/11/2020. Para ler a matéria completa clique aqui.