Fonte: AmbienteBrasil
Um dos nomes mais reconhecidos na área de eficiência energética, Luiz Augusto Horta Nogueira, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei, em Minas Gerais), diz que os programas precisam atacar os grandes consumidores.
Por que estamos gastando mais energia para produzir o mesmo?
Programas de eficiência energética como o Procel, voltado para a energia elétrica, e o Conpet, para os biocombustíveis, foram esvaziados e praticamente esquecidos nos últimos dez anos. Enquanto no mundo todo, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, foram promovidas medidas para a redução dos desperdícios de energia, por aqui as perdas aumentaram. Hoje, estamos nos destacando de forma lamentável: enquanto todos reduziram seu consumo de energia por unidade de produto econômico, o Brasil aumentou. Uma vergonha, somos os piores do time, com ineficiências que penalizam a sociedade e o meio ambiente.
O ganho de eficiência que tivemos no período pós-apagão acabou sendo anulado. O que explica isso?
É urgente recuperar a racionalidade. É o momento de resgatar a prioridade e estimular a eficiência energética, e o governo tem que liderar esse resgate.
A maior parte dos recursos alocados em programas de eficiência energética foi para baixa renda entre 2008 e 2016. Qual deve ser o foco?
Por força de uma lei populista e equivocada, feita às pressas para dar impressão de que o governo se preocupava com os consumidores de menor renda, a metade da contribuição de 0,5% do valor da conta de luz, que todos fazemos para promover o uso correto de energia, foi destinada aos clientes residenciais de menor consumo, que representam uma parte muito pequena do total nacional. E os grandes consumidores de energia, ao contrário do que se faz no resto do mundo, não recebem a devida atenção. Pretendeu-se fazer filantropia em vez de promover a eficiência. Com isso, a economia brasileira perde competitividade, gastando mais para fazer o mesmo que outros fazem de forma competente.
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