Fonte: Envolverde
Educar desde pequeno para dar valor e preservar a natureza. Essa é a tônica das atividades educativas utilizadas com as crianças carentes de 6 a 7 anos, da Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas), de São José dos Campos. Eles recebem tanto aulas teóricas como práticas para compreender o universo ao redor e as transformações naturais que acontecem na mudança de estações, por exemplo.
O uso da natureza como laboratório é o mais importante enfoque das aulas de Meio Ambiente na Fundhas, zona sul de São José dos Campos, que tem parte de seu terreno próximo a mata ciliar do córrego do Senhoria, um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul. Isso possibilita o avistamento de diversos animais, principalmente pássaros, como tucanos, sabiás, maritacas e pequenos mamíferos que vivem nas proximidades.
Neste semestre, o tema central abordado é flora, que envolverá as matas, jardins e árvores, e a entrada da primavera, uma estação que causa uma grande alteração principalmente na flora e nas espécies com flores. O objetivo é despertar nas crianças as percepções visual e tátil por meio da natureza.
Segundo o professor e técnico agrícola Paulo César dos Santos, a atividade é um aprimoramento dos alunos que têm o contato direto com as várias espécies de plantas encontradas na unidade e, posteriormente, as utilizam em trabalhos de artes naturais.
Antes de sair a campo, as crianças são instruídas pelo professor sobre as diversas formas de vegetais e minerais que podem ser encontrados na biota, ou seja, no conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico dentro da área da Fundhas. O que inclui os tipos diferenciados de folhas, de flores, sementes, gravetos e pedras.
Depois de repassados os conceitos e informações sobre a biota encontrada no local e como seus materiais podem ser utilizados, as crianças escolhem um tema artístico. Dentro desta temática será desenvolvida uma atividade denominada de quadro natural, podendo ser figuras como aves com cabeça de flores de Ipês, folhas de diversas espécies de árvores, gravetos, borboletas contornadas de pedras e folhas avermelhadas, por exemplo.
Para os professores, a vivência sensorial começa quando as crianças envolvidas no projeto saem a campo, assim que começa a atividade na prática. Elas percorrem a área verde da unidade sede da Fundhas para coletar vários tipos de material natural. Para não agredir a natureza, durante a atividade, os alunos só podem coletar as espécies, tanto vegetais quanto minerais, que são encontrados no chão. Isso é primordial dentro do programa de educação ambiental.
As crianças acabam tanto aprendendo como se divertindo com as atividades, por há muito do contemplativo para poder desenvolver os trabalhos. Uma serpente foi a escolha do grupo dos alunos Salete Jacinto Toledo e Rafael Alessandro Moraes, ambos de 8 anos.
Eles contam que acharam divertida e diferente. “Só podíamos pegar o que estava caído no chão, já sem vida”, contou a garota. “Foi bem legal pegar as sementes na beira da mata e respeitar o que estava vivo”, disse o estudante.
Já Vinicius Gabriel Furtado, 6 anos, escolheu como tema uma águia. “Pegamos flores rosas e amarelas caídas das árvores, gravetos do chão e pedrinhas para fazer nosso bicho”, comentou.
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