Fonte: Conexão Planeta
Em 2010, o skatista Nick Pourfard não fez a manobra mais ousada, mas talvez a mais significativa de sua vida. O acidente o imobilizou por seis meses, mas ele era inquieto demais para ficar, ali em seu quarto, sem fazer nada. E foi tocando guitarra e vendo os skates ganharem pó, que ele teve a ideia de unir seus dois hobbies em uma atividade prazerosa para passar o tempo: produzir guitarras com a madeira de skates usados e destruídos.
Depois de sucessivos desgastes, os skates tornam-se obsoletos. E Nick tinha uma coleção deles em casa. “Assisti vídeos, encomendei algumas ferramentas e comecei a trabalhar com meus skates velhos num galpão em casa”, conta ele em depoimento ao site Bored Panda. “Depois de muitas tentativas, aprendi a lidar com esse material. O próximo passo foi produzir uma guitarra com boa acústica”.
Nick não era ambientalista, mas como todo bom californiano, sabia dos problemas do lixo nas grandes cidades. Em pouco tempo, viu em sua ideia não só uma forma de exercitar sua criatividade e ganhar dinheiro, mas também de contribuir para reduzir esse descarte. Tanto que passou a receber doações de skatistas locais. E mais: com os restos de madeira que ainda sobram na produção das guitarras, ele desenvolve palhetas e outros acessórios. Ou seja, desperdício zero.
Ele se recuperou bem do acidente, tornou-se um bom marceneiro autodidata, começou a estudar design industrial e aperfeiçoou seu negócio – a Prisma Guitars. Produz lindas guitarras elétricas multicoloridas que, aos poucos, tornaram-se conhecidas e cobiçadas por músicos de São Francisco. Hoje, entre seus clientes, está Steve Harris, da banda Iron Maden.
Feitas à mão e com design exclusivo (as cores e desenhos nunca se repetem), as guitarras deste jovem empreendedor são obviamente caras: custam entre US$ 2.300 e US$ 3.600. Mas pelo que se pode ver pelas fotos e pelos vídeos disponíveis em seu site, valem cada centavo.
Eis, aqui, uma ideia inspiradora, que pode ser replicada pelo mundo. Quem sabe algum brasileiro apaixonado por música, skate e marcenaria – e que ainda reconhece a importância de reduzirmos o descarte de tudo – se habilita.