Você provavelmente já deve ter passado em alguma área de uma loja, restaurante, ou até uma gigante do varejo onde o lixo é armazenado. Em alguns poucos casos vemos materiais ordenados por tipo, sinalização, maquinário etc, mas na grande maioria o que vemos é uma verdadeira bagunça.
A diferença entre um cenário e outro é uma gestão sustentável de resíduos. Dessa forma o que era desperdício se torna matéria prima, o que era prejuízo se torna em alguns casos redução de custos e o que deteriorava a imagem do local se torna uma ação ambiental pronta para ser comunicada aos usuários!
Mas alem de vontade de ser sustentável o estabelecimento que faz uma boa gestão de resíduos também esta de acordo com a legislação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) determina que estabelecimentos comerciais que geram mais resíduos do que o volume considerado domiciliar devem apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o PGRS. Esse plano traz algumas diretrizes e elementos que tornam possível a sustentabilidade quanto aos resíduos gerados pelas empresas.
Em algumas etapas é possível melhorar e muito a relação do estabelecimento com os resíduos gerados. Separamos algumas a seguir:
Diagnóstico: caracterização do empreendedor e empreendimento
Cada tipo de estabelecimento gera diferentes resíduos em diferentes fluxos. Nesse momento o empreendedor é caracterizado de acordo com o tipo de atividade: se atende público externo ou somente interno, como funciona a alimentação, se há espaço para tratamento de resíduos orgânicos in loco, qual o espaço para acondicionamento dos resíduos etc.
Responsabilidade técnica: profissionais e fornecedores
A transparência deve acontecer como parte integrante ao projeto. Ter um relatório com indicadores sobre a quantidade e volume da cada tipo de resíduo gerado tornar a gestão cada vez mais eficiente. É importante contratar um fornecedor de coleta que tenha todas essas informações alem da destinação dada para cada material.
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Caracterização dos resíduos gerados: procedimentos em relação aos resíduos
Antes dos resíduos serem gerados eles eram embalagens ou produtos. Nesse momento vale repensar as compras para que gerem menos resíduos no futuro. Outro aspecto é o levantamento de possíveis resíduos perigosos que estejam sujeitos ao processo de logística reversa.
Uma vistoria técnica na área onde são gerados e armazenados os resíduos permite entender a tipologia, o volume e o fluxo dos materiais. A reciclagem só é possível quando os materiais estão limpos e armazenados de forma correta.
Estrutura e sinalização
É necessária uma avaliação dos ambientes para segregação em três frações: recicláveis, compostáveis e rejeitos. Nesse momento é importante verificar se há necessidade de compras de equipamentos. O ideal é que os equipamentos estejam de acordo com a estrutura e identidade visual do ambiente. É essencial que haja sinalização dos ambientes com recomendações para disposição adequada de resíduos.
Educação ambiental
Para que o material seja separado e acondicionado corretamente todos os envolvidos devem estar cientes do processo de descarte. Os colaboradores internos devem ser submetidos a um treinamento para que coloquem os materiais de forma correta nos contentores. O público externo deve ter a disposição uma sinalização que induza o descarte correto.
Triagem e destinação final
Em estabelecimentos de grande porte é necessário que exista um profissional dedicado ao processo de triagem ou até mesmo uma equipe para separar os materiais por tipo e acondiciona-los corretamente. Esses profissionais devem utilizar os equipamentos de proteção individual corretos e terem a sua disposição uma central de triagem com espaço adequado para separação e acondicionamento dos materiais. Equipamentos de triagem como prensas e balanças também são recomendados para estabelecimentos de grande porte.
Compostagem institucional
A compostagem institucional é realizada em organizações públicas, privadas ou do terceiro setor que tratam os resíduos orgânicos na própria sede. Os métodos mais comuns são o minhocário e as leiras estáticas. O minhocário permite a compostagem somente de frutas, legumes, cascas de ovos e café. A leira estática permite a compostagem de todos os tipos de resíduos orgânicos. É uma forma tratamento de resíduos que elimina necessidade de transportar o material orgânico e ainda gera adubo como produto. Esse adubo pode ser utilizados no paisagismo ou horta da empresa.
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O Movimento Sou Resíduo Zero surge com o objetivo de engajar pessoas, comunidades e empresas a planejarem e gerenciarem seus resíduos, enfatizando a não geração e uma grande mudança na forma atual do fluxo de materiais na sociedade. O envolvimento e engajamento de Empresas na disseminação do conceito Resíduo Zero significa design e gerenciar produtos e processos que sistematicamente evitam e eliminam a quantidade e toxicidade de resíduos e materiais, conserva e recupera recursos, e não queima ou enterra materiais.