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A praia tomada por seringas e ampolas com sangue

Deveria ter sido um relaxante passeio matinal por uma das praias mais populares do Paquistão.

Em vez disso, tornou-se uma corrida contra o tempo para impedir que alguém fosse gravemente ferido pelas seringas usadas, frascos de sangue e outros resíduos médicos espalhados sobre a areia.

“Minha primeira reação foi que eu tinha de proteger as pessoas que vão à praia”, disse Shaniera Akram à BBC. “Foi muito chocante.”

Clifton Beach, na cidade de Karachi, no sul, é a praia preferida dos moradores locais. Mas, após fortes chuvas, 4 dos 5 km de suas areias geralmente douradas ficaram cobertas de lixo – os perigosos resíduos médicos, escondidos entre sacos plásticos.

Akram – que é casada com o conhecido jogador paquistanês de críquete Wasim Akram – rapidamente percebeu que a praia trazia um sério problema de segurança.

Na caminhada de 10 minutos, ela afirma ter contado “mais de quatro dúzias” de seringas na areia: “Clifton Beach, neste momento, está extremamente perigosa e precisa ser interditada”.

“É como se um hospital tivesse aparecido na nossa praia”, disse a mãe de três filhos, nascida na Austrália, à BBC. “É a primeira vez que ouço falar de algo assim.”

De fato, o aparecimento de resíduos médicos numa praia é altamente incomum. Mas Karachi – uma cidade com mais de 14 milhões de pessoas – vem lutando contra a acumulação de lixo há algum tempo.

Segundo o jornal local Dawn, cerca de um terço das 13 mil toneladas de lixo descartadas pelos moradores da cidade todos os dias acaba nos esgotos.

Outra reportagem, desta vez do canal de notícias Al Jazeera, mostrou lixões perto da cidade onde os resíduos eram empilhados em “vários andares”. Também revelou como os esgotos a céu aberto estavam fluindo – como em uma esteira rolante de lixo – para o Mar da Arábia, que banha Clifton Beach.

Jamil Ahmed Khan, secretário parlamentar para assuntos marítimos, disse à Al Jazeera que o governo da província “falhou” em lidar com o assunto na última década.

O lixo médico é particularmente chocante para Mohammad Moazzam Khan, que trabalha como consultor técnico da ONG World Wildlife Fund (WWF).

“Mas o controle aumentou e o despejo de lixo hospitalar ficou mais organizado.”

Mas não se sabe de onde veio o lixo médico espalhado ao longo de Clifton Beach. Autoridades disseram à BBC que não sabiam sua origem.

Para Khan, o lixo da praia “veio basicamente de um lixão comum que teve seu conteúdo arrastado para o mar devido às chuvas extraordinariamente fortes que atingiram Karachi nas últimas duas semanas”, disse ele à BBC.

Pelo menos por enquanto, o lixo médico em Clifton Beach está sendo tratado adequadamente. Autoridades da cidade isolaram as áreas afetadas poucas horas após o pedido de ajuda de Akram no Twitter.

Mas ela espera que as imagens chocantes – e a resposta de impacto que eles provocaram de seus colegas residentes de Karachi – levem as autoridades a agir.

“As pessoas aqui estão em estado de luta ou fuga há muitos anos”, disse ela.

“Mas estamos chegando lá, um problema de cada vez. Fico feliz por ter recebido a resposta que recebi. Espero que isso se torne algo positivo. Tudo está se aproximando – as pessoas estão tentando.”

Fonte: BBC

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