De meados de 2014 ao início de 2016, o Estado de São Paulo passou por uma grave crise hídrica. O principal símbolo desse momento foram os baixos níveis de abastecimento do Sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água para cerca de 8,8 milhões de pessoas. De acordo com o Consórcio PCJ, que administra as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastecem o sistema, a situação volta a preocupar. Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Ciência Ambiental (Procam) da USP e coordenador da Rede Internacional de Estudos sobre o Meio Ambiente, explica que o ano de 2017 foi muito seco, comparado ao histórico de dados, formando-se um cenário semelhante ao de 2013, anterior à crise.
Ele conta que isso não significa que teremos um novo problema de abastecimento. Apesar da tendência de um primeiro semestre seco, a situação pode vir a mudar no segundo. Além disso, no final de 2013, o reservatório trabalhava com cerca de 30% de sua capacidade, apresentando uma situação mais grave do que hoje, que é de 45%. Entretanto, esperava-se um mínimo de 60%. O professor acrescenta ainda que, diferentemente de outros locais, o Sistema Cantareira só utiliza dados históricos em seu planejamento diário, deixando de lado os prognósticos climáticos, o que pode ser prejudicial.
O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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