Fonte: Catraca Livre
Cooperativa Casulo emprega mulheres em situação de vulnerabilidade social e promove empoderamento feminino a partir da reciclagem de garrafas PET
Na cidade de Canoas (RS), desde 2009, um projeto que une o conceito do design sustentável às mãos de mulheres empreendedoras, em busca de renda, qualificação e empoderamento, transforma a realidade de dezenas de artesãs em condição de vulnerabilidade social.
Assim surge a Cooperativa Casulo, iniciativa que ajudou a recuperar a baixa autoestima e o sentimento de pertencimento de uma cidade à beira da BR-116 por meio da confecção de luminárias feitas com garrafas PET.
Tudo começou às vésperas do Natal de 2009, quando uma ação realizada pelo Movimento Ação por Canoa (MACA), em parceria com a prefeitura local, organizou um mutirão de confecção de enfeites natalinos que depois foram espalhados pelas ruas da cidade.
“Assim como em todo Brasil, Canoas é uma cidade à beira da estrada, que muitas vezes é considerada feia, suja e abandonada. Mas não é essa imagem que queremos ter do lugar que nascemos e, por isso, passamos a investir na recuperação da autoestima dos moradores”, justifica a secretária municipal de Projetos Especiais, Captação e Inovação, Thais Oliveira Pena.
Passados seis natais, hoje, a data comemorativa se tornou tradição no município gaúcho e desperta atenção não só da população local, mas também de vizinhos que visitam a decoração durante o mês de dezembro.
Ideias que viram arte: qualificação e empoderamento feminino
Oficializada em 2014, a Cooperativa de Trabalho Casulo estendeu suas atividades de inclusão social e deu início à produção de objetos decorativos e luminárias a partir da reciclagem de garrafas PET, tirando dezenas de mulheres do município de uma condição de submissão social. “O projeto surgiu para dar autonomia e independência a muitas mulheres que hoje são chefes de família. Para deixar a condição de escravas, saírem de casa e se tornarem independentes”, explica Thais.
Hoje a cooperativa oferece ajuda de custo, passagem e material para as colaboradoras da oficina que funciona diariamente. Formada por 20 mulheres e um homem, os lucros são divididos entre as artesãs que recebem um salário mensal pela atividade desenvolvida. “Além do exercício manual e artístico, a equipe aprende a lidar com noções financeiras e administrativas. Hoje é possível afirmar que projeto proporciona valor estético, social e impulsiona a autonomia da mulher”.
As luminárias e outros produtos como colares, brincos e pingentes são comercializados em lojas da cidade e também estão à venda no site da cooperativa.”Nosso maior desafio tem sido superar a crise financeira que acontece no Brasil e por isso tem limitado nossas vendas nos comércios da cidade. Por isso, também é importante destacar que os produtos fabricados na cooperativa podem ser comprados pelo site e são entregues em todo Brasil”.
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