Fonte: Nexo

Saiba como escolher a árvore, os enfeites, a ceia e os presentes para fazer a festa sem peso na consciência.

Nesta época do ano, cada um tem o seu modo de festejar o Natal, uns associam a uma data religiosa, outros à chegada do bom velhinho e outros a absolutamente nada, mas não deixam de trocar um presentinho. De qualquer maneira, se dessa vez a ideia é fazer algo diferente levando em conta principalmente o atual momento da economia, separamos algumas dicas que podem ser úteis para o preparo da ceia, para a escolha da árvore, dos enfeites e dos presentes.

É possível dar e receber presentes, ter uma ceia farta e uma casa decorada sem abandonar as tradições. E é isso o que quase todos farão no país: pesquisa do SPC Brasil aponta que 93% dos brasileiros pretendem dar presentes no Natal. A novidade é que neste ano pretendemos gastar em média 22% a menos do que no ano passado, o que dá cerca de R$ 106 por presente.

Abaixo, você pode conferir uma lista de sugestões que podem contribuir para um Natal mais econômico e sustentável (lembre-se que a Conferência Internacional do Clima, considerada a “última esperança” na redução da temperatura global, acabou de se desenrolar em Paris). E ainda ser bonito e significativo.

Comece pela data
Otimize tempo, dinheiro, energia e dê uma diversificada. Para isso, tente unir grupos de festas diferentes em uma só. Fazer uma única festa com todas as pessoas que realmente importam faz com que você tenha só uma ceia para preparar, só um lugar para decorar, só uma playlist para montar, dispensa grandes deslocamentos (como da sua casa para a casa da sua sogra), tem mais gente com quem rachar os custos e, de quebra, um número muito maior de braços para ajudar a arrumar a bagunça depois.

O mais importante é estar aberto a alternativas. Ninguém disse que você precisa seguir a tradição natalina americana ou europeia, com neve, meia na lareira, renas e trenó. Adaptar é permitido, como diz Gabriela Yamaguchi, gerente de campanhas do Instituto Akatu, voltado para a promoção de práticas de consumo consciente.

“É legal a gente assumir que na celebração de final de ano a coisa mais importante é o encontro das pessoas. Se a gente fizer isso com coisas nossas, árvores adaptadas ao nosso clima, com costumes nossos etc., melhor ainda.” Gabriela Yamaguchi – Gerente de campanhas do Instituto Akatu.

Árvore
Muita gente não dispensa a clássica árvore de Natal. Mas qual tipo escolher? É preferível uma planta viva, uma cortada, uma com raiz ou ainda uma árvore artificial? Não há consenso sobre isso, mas, se bem feito, escolher uma planta viva com raiz parece ser a melhor opção. Veja por quê.

Árvores artificiais são na sua maioria feitas em outros países, mais comumente na China (nos EUA, por exemplo, cerca de 80% das árvores artificiais são chinesas). Como são fabricadas de forma industrial, possuem custo energético e emitem gases poluentes em sua produção. Muitas são feitas de plástico, que tem petróleo em sua base. Um estudo canadense apontou que para que uma árvore artificial possa ser considerada tão “sustentável” quanto uma árvore natural, cada casa teria de reutilizá-la por ao menos 20 anos.

O importante, caso opte por uma artificial, é conferir se ela possui selo Inmetro, que afere sua qualidade, e certificado de origem, para garantir que ela não é produto de trabalho escravo ou infantil.

“Não é preciso ser radical e pensar que só o natural é o caminho. Mas é importante ter informações sobre o produto, garantir que sua durabilidade é alta e, depois de inutilizado, descartá-lo de forma correta”, diz Yamaguchi.

No caso de árvores cortadas, na maioria coníferas (tuias e pinheirinhos), além do fato de se matar uma planta, o maior problema é o seu descarte após as festas, que deve ser feito de modo adequado – há empresas especializadas em reciclagem das árvores, que são então trituradas e transformadas em chapas de MDF ou usadas como biomassa.

O mais indicado, assim, é usar plantas vivas com raiz. Você pode comprar uma nova ou simplesmente usar uma planta que já tenha em casa. Nos dois casos, a planta continua no vaso ou no seu jardim e pode ser utilizada por muitos outros natais. Para isso, é importante se certificar de que se trata de uma planta adaptada ao clima da sua região.

Em todo caso, Papai Noel não vai te colocar na lista de mau comportamento por não ter decorado sua casa com uma árvore propriamente dita. Dá para ser criativo e usar substitutos que lembrem a árvore, mas que sejam feitos de material reciclável, alimentos (frutas e castanhas, por exemplo) ou ainda de pisca-piscas e demais enfeites fixados na parede.

Enfeites e Decoração
Antes de sair comprando enfeites novos, dê uma boa olhada no que você já tem em casa. Se ainda faltar alguma coisa, busque nas lojas (cogite comprar pela internet a fim de evitar a tradicional muvuca) enfeites que poderão ser utilizados também fora da data. Uma boa ideia é usar frutas e castanhas para enfeitar as mesas, por exemplo.

Caso queira algo cheio de símbolos natalinos, dê preferência por produtos duráveis (que aguentem firme pelos próximos natais) e feitos localmente. Busque saber se há alguma cooperativa ou associação de artesanato na sua cidade. Elas costumam se preparar com diversas opções para o fim do ano.

Quanto às luzes, prefira pisca-piscas de LED a incandescentes. Luzes de LED custam mais (no caso de pisca-pisca, geralmente o dobro), mas em contrapartida gastam bem menos energia (cerca de 90% a menos) e possuem vida útil bem maior.

Mas é bom não esquecer que a bandeira tarifária de energia continua no vermelho em dezembro no Brasil, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Contra isso, a recomendação é tirar os enfeites de luz da tomada toda noite antes de dormir ou ainda usar um temporizador (os modelos analógicos são vendidos a partir de R$ 30 ou R$ 40), limitando o tempo que as luzes ficarão ligadas, evitando assim o desperdício de energia.

Além da escolha dos enfeites, uma boa dica é tornar a decoração também uma tradição familiar, marcada pela presença de todos realizando alguma tarefa específica e usando material que você tem em casa. “É legal reutilizar material, como papel, fita e tecido para embalagem de presente e enfeite. É uma tarefa gratificante e educativa para crianças”, diz Yamaguchi.

Mesa Farta
O objetivo aqui é colocar na mesa uma refeição especial, diferente daquela do dia a dia, sem gastar muito e gerando o menor desperdício possível. Aqui vão algumas sugestões:

No final do ano, o preço de produtos e ingredientes típicos vão naturalmente ficar mais caros em razão do aumento da procura. É o caso das carnes como peru, tender e pernil, além de panetones, frutas e sidras (bebida fermentada de maçã com baixo teor alcoólico). Estudo feito pela USP de Piracicaba (SP), publicado no ano passado, mostrou que a variação de preço desse tipo de produto chegava a até 98%.

A solução é pesquisar. Dá para fazer tudo por conta própria, conferindo o preço em cada supermercado (muitos deles com páginas na internet), mas há serviços online que quebram esse galho para você. Um deles é o Meu Carrinho (funciona na web, Android e iOS), que permite montar uma lista de compras e comparar o preço de cada item em diferentes redes de supermercados.

Sobras de Comida
Para acertar na quantidade e evitar excessos, calcule um consumo total de 400 g a 700 g por adulto. Divida esse número pelo que for servir. Se for ter algum tipo de entrada ou belisco, conte com 5 porções ou unidades para cada pessoa (cerca de 120 g), prato principal deve responder por 70% do total, dividido entre carne (de 150 a 250 g), arroz (até 150 g) e acompanhamentos (150 g) por adulto. Para sobremesa, calcule porções de até 150 g por pessoa.

Quanto a bebidas, no caso de não-alcoólicas, o indicado é pensar em 600 ml por pessoa. Aqui a dica é considerar um suco natural (um saco de 5 kg de laranja sai por R$ 10 em média e rende cerca de 10 copos de suco). Tanto na escolha da salada como do suco, vale a pena considerar a opção de orgânicos, os produtos cultivados sem agrotóxicos. Há um mapa online colaborativo (http://feirasorganicas.idec.org.br/) que aponta onde encontrar a feira de orgânicos mais próxima.

Mas se a matemática toda falhar, o recomendável é voltar tudo para geladeira com o alimento separado em porções pequenas em potes plásticos. “No final, todo mundo que participou leva um pouco para casa e pode congelar por até um mês”, ensina Gabriela Yamaguchi. Carnes e legumes podem ainda virar caldo, permitindo ser conservados por até três meses.

Saco cheio de presentes
O costume de presentear todas as pessoas queridas com aquilo que elas gostariam de receber no Natal pode e deve ser revisto. Os problemas com ele são vários: gasta-se muito, nem sempre se acerta o presente (e ele acaba sendo subutilizado ou descartado) e, por isso, alguém sempre sai desapontado.

Como driblar frustrações sem esvaziar a carteira? Uma saída é dar outro significado para a data, destituindo a ideia da obrigatoriedade de se trocar presentes individuais. Tente fazer da data um momento de generosidade gratuita, por exemplo, na qual todos recebem alguma coisa (não importa o quê) ou ainda todos ganham uma coisa só, como uma viagem, a experiência de se plantar uma árvore ou um bem material do qual todos poderão desfrutar igualmente, como um sofá, o que torna a experiência mais permanente.

Se mesmo assim, a ideia de presentes individuais vencer, o clássico “amigo secreto (ou oculto)” pode ser uma saída para que você tenha que comprar apenas um presente e, no quadro geral, ninguém saia de mãos vazias. Sendo “amigo secreto” ou não, o caso é que é possível pensar em presentes alternativos que não necessariamente dependam de consumo, ou então algo mais responsável.

Antes de botar a mão no bolso, faça uma inspeção na sua casa e separe tudo o que está “parado” por lá usando o critério “o que eu não usei neste último ano?”. Serve como presente? Problema resolvido. Aproveite o trabalhão que você teve para identificar as coisas subutilizadas e as ofereça em comunidades de troca e doação na internet (como Escambo e Free Your Stuff) e peça coisas que já teria de comprar para o Natal em retorno, como enfeites ou até um peru.

Para presentear crianças, redes de compra, venda e troca de roupas e brinquedos de segunda mão são bem populares na internet, como Mercadinho Kids , Ficou Pequeno e Quintal de Trocas. Se optar por brinquedos, dê preferência pelos não eletrônicos (que não dependam de bateria ou pilha). No caso dos pais, é legal avisar os familiares disso e até dispensá-los de dar brinquedos, que acumulariam no fundo do armário.

Alexandre Fischer, fundador do Ficou Pequeno, com mais de 2.800 mães e pais vendedores e 51 mil produtos semi-novos cadastrados, diz que nestes meses de novembro e dezembro o site passa por um pico de acessos. O contexto de crise econômica, início de férias, mudança de estação e Natal favorece o aumento de compra e venda de roupas e brinquedos de segunda mão.

“É possível associar o consumo a uma relação mais consciente com as coisas.” Alexandre Fischern – Fundador do ‘Ficou Pequeno’ e ‘Desempate’

“Ganha o comprador, que pode pagar menos por um produto – 60% em média no caso da Ficou Pequeno -, e ganha o vendedor, que recupera parte do dinheiro usado na primeira compra e pode usá-lo para outra coisa”, diz Fischer, que lançou recentemente um site de compra e venda de artigos esportivos de segunda mão chamado Desempate.

Para os adultos, cogite dar plantas, comida ou ainda ofereça um serviço: sabe fazer massagem, móveis ou bolo, andar de bicicleta, consertar computador ou leva jeito com crianças? Coloque seu conhecimento à disposição – se o presenteado for pai ou mãe, a possibilidade de ter uma noite livre para sair enquanto você dá uma olhada na cria dele(a) pode ser melhor que qualquer “lembrancinha” de Natal.

Caso não tenha nenhuma habilidade especial, cogite promover experiências, como um ingresso para o zoológico ou aquário da cidade, a entrada para um show ou partida de futebol ou ainda um passeio de balão.

Anotou tudo? Então agora você está pronto para curtir seu fim de ano com um peso a menos na consciência e alguns a mais na carteira – e olha que isso não é algo que o Papai Noel costuma trazer no seu trenó.

09/12/2015

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