Desde 2009 o Greenpeace Brasil tem uma campanha que busca alertar a opinião pública sobre os impactos causados pela expansão da criação bovina na Amazônia, expondo o problema e exigindo soluções.

Naquele ano publicamos o relatório “A farra do boi na Amazônia”, que deu origem ao Compromisso Público da Pecuária, assinado pelos maiores frigoríficos do país. Embora o acordo não tenha sido tão efetivo como a Moratória da Soja para frear o desmatamento da maior floresta tropical do mundo, o compromisso é um divisor de águas para o setor. Nunca antes houve uma campanha tão intensa para denunciar a destruição financiada pela pecuária.

Dando continuidade à campanha, em 2015 lançamos o relatório Carne ao Molho Madeira, mostrando que os principais supermercados do Brasil não garantem a seus clientes que a carne vendida nas gôndolas respeite o meio ambiente e os direitos humanos.

Após a pressão de consumidores ativistas, três das principais redes de supermercado do país (Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour) se comprometeram a adotar medidas para garantir o controle sobre a carne que vendem.

Atualmente seguimos acompanhando o cumprimento do compromisso dos supermercados em banir de suas gôndolas a carne contaminada com desmatamento, o que infelizmente ainda está longe de acontecer. O desafio ainda é grande. Cada supermercado está num estágio diferente de implementação. Mas é fato que todos precisam avançar para realmente colocar em prática seus sistemas de controle para impedir que o consumidor leve carne com desmatamento pra casa.

Greenpeace deixa compromisso público da pecuária

Em junho de 2017, após os escândalos de corrupção envolvendo o setor da pecuária no Brasil e os ataques aos direitos humanos e à proteção das florestas, decidimos suspender nossa participação na implementação do Compromisso Público da Pecuária, assumido em 2009 pelos três maiores frigoríficos do país (JBS, Marfrig e Minerva) após a pressão criada pela nossa campanha.

Diante da falta de credibilidade da cadeia como um todo e do retrocesso socioambiental que vivemos neste momento no país, entendemos que a efetividade do compromisso está comprometida. Nas circunstâncias atuais acreditamos ser necessário a criação de condições políticas para que ferramentas de controle social voltem a ter credibilidade.

Desafios para o futuro e o papel do consumidor

Apesar de todos os esforços em andamento, ainda há grandes chances de o consumidor encontrar carne com desmatamento nos supermercados e estabelecimentos que frequenta. Por isso, precisamos continuar pressionando para que o modelo de produção e consumo de carne não contribua para a destruição da maior floresta tropical do planeta.

De um lado, as empresas são responsáveis por garantir a boa origem de seus produtos e os governantes devem prezar pelas condições necessárias para impedir a destruição das florestas e a violação dos direitos humanos.

De outro, cada um nós pode fazer sua parte não só pressionando as empresas e os governos para que cumpram suas responsabilidades, mas também reduzindo o consumo de carne, o que ajuda a diminuir a pressão sobre a floresta.

O Greenpeace continuará expondo e investigando o problema da pecuária na Amazônia e seguirá cobrando e colocando o dedo em todas as feridas abertas da cadeia de produção até o dia em que vidas e árvores não sejam mais tombadas para dar lugar a criação de gado na Amazônia.

Se quiser saber mais, acesse carneaomolhomadeira.org.br.

 

srzz

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