Fonte: ONUBR
As projeções apontam que até 2030 o número de jovens entre 15 e 24 anos deve aumentar em 100 milhões, totalizando 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo. Parte dessa juventude vive em áreas rurais e muitos decidem migrar para as cidades em busca de novas oportunidades de vida.
No entanto, segundo o mais recente relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), “O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação 2017” (SOFA, na sigla em inglês), é necessário garantir meios para que os jovens possam permanecer no campo.
Segundo o SOFA, os jovens podem contribuir para o aproveitamento do potencial dos sistemas alimentares, gerar transformações inclusivas que terão impactos importantes na erradicação da pobreza e da fome que afeta principalmente os habitantes de áreas rurais.
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) nos apontam a direção que devemos seguir. Uma das metas é erradicar a fome até 2030. Só vamos conseguir alcançar esse objetivo se a agricultura se tornar sustentável, para isso, vamos precisar do vigor e das ideias inovadoras da juventude”, destacou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.
A crescente demanda dos mercados de alimentos urbanos será uma força importante por trás das transformações rurais urgentes e necessárias. Para satisfazer essa demanda, será preciso criar novos empregos nas economias rurais, uma chance para os jovens que podem encontrar caminhos para crescer na agricultura.
Porém, para que essa oportunidade se efetive, o SOFA destaca a importância de políticas públicas que compreendam a dinâmica socioeconômica existente entre as cidades, os povos, as áreas rurais e as diferentes funções que cada ator desempenha no sistema alimentar.
“Garantir um setor agroindustrial dinâmico e o crescimento dos serviços em áreas rurais significa criar empregos nas economias locais, especialmente para mulheres e jovens, pois havendo melhoria na renda haverá um respaldo para as conquistas gerais nas áreas de nutrição, saúde e segurança alimentar”, ressaltou Bojanic.
Dados do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010) mostram que a taxa de migração campo-cidade por ano no Brasil, no início de 2000, era de 1,31% e caiu para 0,65% em 2010. Atualmente, o país conta com quase 30 milhões de pessoas morando em áreas rurais.
O aumento no número de pessoas que permanecem no campo está ligado, entre outros pontos, com a criação nos últimos anos de políticas públicas sociais e de investimentos voltadas para os agricultores, principalmente produtores familiares, além do acesso a equipamentos de ponta e de alta tecnologia e garantias de mercados.
A FAO observa de perto a dinâmica brasileira de políticas públicas e tem verificado que o investimento em áreas rurais tem permitido que muitos jovens decidam permanecer nas propriedades de suas famílias e darem sequencia ao trabalho exercido pelos pais.
Um exemplo dos incentivos é que, desde 2014, segundo dados do governo federal, os jovens passaram a ter maior acesso a crédito do Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF). O número de operações permitidas passou de uma para três, limite de 15 mil reais por contrato, encargos financeiros de 1% ao ano e pagamento em até dez anos do crédito recebido.
“O Brasil tem mostrado que é possível dar um novo fôlego aos jovens rurais. Munidos de conhecimentos e incentivos, estamos esperançosos de que a juventude rural brasileira está apta a fazer um excelente trabalho no campo e mudar práticas agrícolas obsoletas e adotar ferramentas e mecanismos de produção sustentável, que alie retorno financeiro, sem agredir o meio ambiente”, disse Bojanic.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
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